sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Arraste-me para o Inferno de Sam Raimi


Ciganos...estão sempre enchendo o saco. Você pode encontrar fácil um grupo de ciganos em alguma praça, tentando ler a sorte na sua mão. Nunca vou me esquecer um dia que eu tava voltando da escola pra casa e uma velha cigana veio pedir pra ler a minha mão. Eu me esquivei e a mulher disse assim para mim: "muita coisa de ruim vai acontecer na minha vida!". Não posso negar que eu tinha realmente ficado com medo do que ela me falou. Imagina se fosse realmente verdade? É claro que se eu tivesse dado 25¢ pra ela, a frase iria ser bem diferente.

Me lembrei desse causo no dia em que li a sinopse do filme Arraste-me para o Inferno, tradução literal(algo raro por aqui) de Drag me to hell, novo filme de Sam Raimi, que pra quem não sabe, é o famoso diretor responsável pela trilogia Evil Dead, ou Uma Noite Alucinante como é conhecida aqui no Brasil. Preciso comentar que se você ainda não viu a trilogia, pare de ler agora e volte quando tiver terminado.

Ah, esqueci, também é diretor da trilogia Homem-Aranha...depois de nadar na grana por causa da saga do cabeça de teia, Raimi decidiu voltar às suas origens.

Na história, Christine Brown(interpretada pela belíssima e suculenta Alison Lohman) acaba não tendo a mesma sorte que eu, quando Sylvia Ganush(Lorna Raver), uma velha cigana, acaba amaldiçoando Christine, que começa a ser violentada por uma força invisível, e em três dias ela será arrastada viva para o inferno por uma força chamada Lâmia. Para que isso não aconteça, ela pede ajuda a Shaun San Dena(Adrianna Barraza), que já lutou com Lâmia no passado.

O filme é quase como se fosse uma releitura dos velhos(e ótimos) filmes do Raimi, uma verdadeira homenagem aos filmes de terror dos anos 80, que já dá pra ver desde o velho letreiro da Universal usado na década e as velhas nojeiras, e novas é claro. Após o letreiro, a trilha sonora já vem com tudo, quando descobrimos que a história inicia ainda em 1969 em Pasadena, quando uma família vem recorrer a uma ainda jovem Shaun San Dena para que ajude a curar um garoto, que há três dias atrás roubou umas jóias de um grupo de ciganos, e que desde lá o menino tem passado por maus bocados. Antes mesmo de poder fazer algo, uma força invisível golpeia os pais do garoto e Shaun San Dena, depois agarrando o garoto, que cai do segundo andar da casa da mulher. O chão começa a se abrir e vemos o garoto sendo levado. E entram os créditos com uma impressionante trilha sonora novamente, composta por Christopher Young, responsável pela música de Hellraiser e que trabalha com Raimi desde Homem-Aranha 2.

Passado vários anos, Shaun San Dena terá a chance de se redimir, quando a inocente Christine Brown é amaldiçoada, quando a cigana Silvya Ganush implora a funcionaria do banco que ajude a salvar a sua casa. Mas para que consiga a tão sonhada promoção em sua carreira e para conseguir o respeito dos pais de seu namorado(Justing Long de Com a Bola Toda), Christine acaba recusando o pedido da senhora. Humilhada em frente à todos, a velha cigana desdentada jura vingança. Então, a noite chega e está na hora de Christine ir embora para sua casa, quando a velha cigana aparece para buscar sua vingança. Após uma longa briga entre as duas(com cenas bem nojentas e engraçadas), a madame Ganush consegue retirar da garota um botão da sua jaqueta e a usa para evocar uma maldição. Christine então vai descobrir da pior maneira que a maldição evoca um demônio chamado Lâmia, que arrasta a alma de suas vítimas para o inferno, mas sem antes fazer com que a garota passe por maus bocados.

Apesar de Raimi tentar apelar para sustinhos rápidos no estilo O Grito e derivados, sua maior conquista é reciclar as velhas idéias usadas em seus filmes anteriores. Ou seja, velhas idéias da série Evil Dead. Espere ver muita gosma, olhos atingindo a boca das pessoas, pessoas (e cabras) possuídas e muita mais. A personagem principal é a versão feminina do Bruce Campbel na famosa trilogia: ela apanha, é torturada, leva litros de sangue e gosma na cara...só faltava ter a mão possuída.

Claro que muito uso de CGI em cima, mas nada que atrapalhe.

No fim das contas, Arraste-me para o Inferno é um retorno agradável de umas das maiores feras do gênero, que um dia quem sabe ainda poderá reviver a série Evil Dead. Enquanto isso não acontece, aproveitem e se divertam com esse divertidíssimo filme!

Um comentário:

Tiago Antunes disse...

Dae meu querido!!!
É isso aí, se puxando nas críticas... pena eu não gostar de filmes de terror!

Tô aqui agora, vem ver
www.cadernodeumjornalista.blogspot.com

Abraços