domingo, 26 de abril de 2009

Quantum of Solace - A cagada de James Bond


"O nome é Bond, James Bond". É assim que o nosso imortal agente secreto 007 se despede no fim do filme(o simplesmente fodástico) Cassino Royale, nova reinvenção da franquia.

Aí de lá pra cá, a série novamente voltou a chamar a atenção, trazendo novos fãs a série e agradando aos antigos. Daniel Craig deixou bem claro que seu Bond não estava para brincadeiras. Era claro que sairia uma continuação direta, a primeira de um filme de Bond...

Mas aí surge um problema: Martin Campbel, diretor do Cassino Royale acaba pulando fora, e no seu lugar entra Marc Foster, conhecido por dramas como Caçador de Pipas e A Última Ceia. Ou seja, nunca pareceu um cara muito apropriado para dirigir um filme do James Bond. Mas por um lado eu sempre pensei o seguinte: a história desse filme possuía um grande potencial para que houvesse uma carga emocional a ser explorada, já que Bond está em busca de vingança pelos assassinos de Vesper Lynd(a deliciosíssima Eva Green). Era uma questão de achar o ritmo certo para o filme nas mãos do novo diretor, pois se ele fizesse o contrário, dedicando mais tempo do filme para ação e não para a história em si, a chance de fracasso seria bem grande.

Mas não adiantou, a cagada já estava anunciada mesmo. Cassino Royale foi um filme que me pegou de surpresa, fui arrastado no cinema por meu amigo lá em Santa Maria e saí achando que tinha visto o melhor filme do ano. Na época, já estava longe dos filmes do 007 graças aos filmes do Pierce Brosnan. Sendo assim, Quantum Of Solace podia não ser melhor que Cassino Royale, mas ao menos devia superar as expectativas. Sendo assim, convoquei meus amigos e fomos ao cinema, esperando sair satisfeitos.

Se tem uma lição que eu aprendi vendo filmes todos esses anos é que se você quer ganhar o expectador, a primeira cena do filme já deve ser marcante o suficiente para chamar a atenção de sua platéia, com algumas excessões é claro. Pra quem não sabe, a série tem normalmente boas entradas, só ver o exemplo do Cassino Royale. O início de Quantum of Solace foi o suficiente para eu querer sair da sala de cinema: em seus primeiros minutos já rola uma perseguição de carros, uma das piores cenas de perseguição que eu já vi, com tudo de ruim que pode haver num filme de ação, como câmeras tremidas e edição frenética onde você não sabe direito o que está acontecendo. A cena termina com 007 tirando o Sr. White, que no fim do anterior é baleado pela agente secreto, do porto malas do carro, com o objetivo de interrogá-lo. Surge então os créditos e a apresentação, como em todos os filmes. Quanto os créditos, só posso dizer que não é a pior, mas também podia ser muito melhor, com uma música tocada por Alicia Keys, Another Way to Die.

Bond junto com M começa a interrogar Sr. White, e descobre que há uma organização secreta por trás da morte de Vesper. A partir daí, Bond decide ir atrás da tal organização, onde acaba enfrentando Dominic Green, que supervisiona a organização, com a ajuda de Camile(a bela Olga Kurylenko).

O maior problema do Quantum of Solace(pra não chamar de Quantum of Shit) são de fato suas cenas de ação, todas imitações das cenas de perseguição do Cassino Royale, ou seja, muitas perseguições que chegam a encher o saco. E como eu já havia dito, todas elas possuem câmera com mal de parkinson e edição frenética que enche o saco. Na verdade, o esquema do filme mais parece de filme pornô, eu sei que a comparação é idiota, mas olha só: são 5 minutos de diálogo e já entra uma cena de ação.

A única cena que tinha realmente potêncial é uma cena na ópera, em que Bond presencia a reunião da tal organização durante a apresentação. Podia ter sido uma ótima cena, senão fosse estragada pela direção de Marc Foster.

Quantum of Solace acabou com as expectativas e acabou sendo apenas mais um filme ruim, e que sem dúvida alguma, foi a maior decepção do ano passado. Resta saber se os filmes com Daniel Craig vão seguir os passos de seu antecessor, Pierce Brosnan, que começou com um reinício da franquia no ótimo GoldenEye(também dirigido por Martin Campbell) e depois só apareceu em porcarias como Amanhã Nunca Morre e Um Novo Dia para Morrer. Já Marc Foster irá dirigir World War Z, um filme de zumbis, enquanto a franquia espera até 2011, data em que Bond 23 será provavelmente lançado.

Enfim, Marc Foster com seu novo Bond conseguiram fazer uma cagada sem tamanho. Não recomendo para nenhum fã da franquia e muito menos para quem não é fã.

Um comentário:

Tiago Antunes disse...

Faz tempo que vi esse filme. Logo que saiu, acho. Mas uma coisa me lembro dele: Não é mais um simples de double seven. Agora além da famigerada violência (digamos, cotidiana) temos um Bond presente, vivo, perturbado. Nestas novas aventuras James atravessa dilemas morais e psíquicos, que tornam a personagem humana e não só uma máquina de matar. Por isso acho que ainda é cedo pra gente definir 007. Vamos esperar os próximos pra ver se a temática ainda é a mesma e, se ainda o são os problemas. Quanto as qualidades cinematográficas do filme não recordo, teria que vê-lo outra vez, por isso não vou expressar opnião.

Sem mais.
Tiago Antunes


Abraço Julian, continue a escrever, sempre.